Projeto e acompanhamento de obra de uma área gourmet com piscina aquecida por tubos de vácuo, painéis fotovoltaicos para geração de energia elétrica, água de chuva utilizada para rega de jardim e descarga de vaso sanitário, estrutura em madeira, telha termoacústica, piso monolítico em fulget
A premissa central do projeto foi de criar uma área de integração entre o estar e o gourmet, num espaço multifuncional, com sala de lareira, TV, mesa para refeições, bancada de bar com balcão refrigerado, churrasqueira e forno de pizza, e também uma área de transição para a piscina coberta e a cozinha industrial.
Todo o projeto favoreceu as vistas para o entorno, marcado por exuberantes araucárias, com fachadas envidraçadas e estrutura em madeira, de forma a interferir minimamente no cenário natural, mas também propiciando abrigo e conforto, numa região de ventos fortes e frio intenso. Além do aquecimento solar passivo, foram previstos piso aquecido, recuperador de calor a lenha de alta eficiência energética, esquadrias em PVC e telha-forro de elevado desempenho termo acústico.
A implantação também foi norteada de forma a abraçar a área de solarium, contígua à piscina coberta, interligando a futura área administrativa, loft e áreas dos chalés.
O projeto foi concebido num sistema estrutural modular de pilares e vigas em madeira e engastes metálicos para a área social de estar, gourmet e piscina, e num sistema de pilares, lajes e vigas de concreto para a área funcional de banheiros, torre de caixa d’água e cozinha industrial, sobre a qual foi prevista uma laje jardim que conduzirá as águas pluviais para a piscina natural projetada.
As esquadrias sobre a laje da cozinha industrial, em conjunto com as localizadas sobre a área da lareira, na fachada oposta, com abertura basculante, são uma opção de renovação de ar para os dias de frio intenso quando as portas de correr permanecem fechadas.
A ligação entre o gourmet e a piscina se dá por uma área de transição onde se localizam, de um lado, os sanitários masculino e feminino e, de outro, o wc acessível da piscina, o chuveiro aquecido e a área de armários, todos no mesmo bloco da torre da caixa de água.
O piso que permeia toda a área interna , área de piscina e área externa é o mesmo, fulget resinado, dando a sensação de continuidade e cumprindo com as necessidades funcionais dos diversos usos propostos, sendo drenante, antiderrapante, confortável ao caminhar descalço e ainda possibilitando a transmissão de calor do piso interno aquecido.
Circundando a torre da caixa d’água, a pérgola envidraçada ilumina a área do spa e foi concebida para se ter a visão do céu noturno, fazendo a interligação entre a torre funcional e a cobertura da piscina
Revestida em pedra Hijau verde, a piscina é aquecida por um sistema solar a tubo de vácuo, com cobertura em telha termo acústica, tipo sanduíche, composta de alumínio pintado com pintura eletrostática nas duas faces e “recheio” em poliuretano, com pequenas aberturas entre caibros que, em modo cruzado de ventilação, evitam a condensação e respingos.
Na fachada oposta à área do solarium, a piscina se integra a uma área externa drenante, composta dos mesmos pedriscos que constituem o piso interno em fulget, porém sem a resina. É para essa área que convergem os sistemas de calhas que conduzem as águas pluviais para uma cisterna enterrada, com filtro separador de folhas e sistema de bombeamento que leva a água de chuva para uma caixa d’água menor, situada na torre e que, por gravidade, alimenta os vasos sanitários e torneiras para rega de jardim e lavagem de pisos.
Essa área também recebe as tubulações de águas cinzas e negras, em caixas separadas, de forma que as primeiras possam ser tratadas, futuramente, em um sistema de jardins filtrantes e destinadas a piscina natural que será construída.
Além de privilegiar a iluminação e ventilação naturais, foram utilizados sistema de iluminação em LED, aquecimento solar de água a tubo de vácuo e painéis de geração de energia solar fotovoltaica.
O uso de um sistema estrutural modular em madeira, com cobertura em telha tipo painel, permitiu a adoção de grandes vãos com cargas mais leves, reduzindo custos com fundações e otimizando o uso desses materiais, minimizando a geração de resíduos. O piso monolítico em fulget, moldado in loco, também reduz as perdas de material e consequente geração de resíduos.
Os entulhos provenientes da construção foram triturados e utilizados na pavimentação de uma área interna da gleba, fazendo a gestão in situ, evitando a ocupação de aterros e as emissões provenientes do seu transporte.